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[Manifesto aos trabalhadores conscientes]
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Image (fixe ; à 2 dimensions)
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- [Manifesto aos trabalhadores conscientes]
- adresse :
- . — Lisboa Lisbonne : [s.n.],
- description technique (h × l) :
- . — 1 affiche (impr. photoméc.) : n. et b. ; x × y cm
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Manifesto aos trabalhadores conscientes
Camaradas :
E’ após uma analise aturada á situação social revolucionaria do nosso paiz, que nós somos constrangidos a vir a publico, dar parte de uma resolução algo importante por nós tomada, pois que ela é o inicio de uma nova era de processos de camaradagem o solidariedade entre as duas modalidades distintas — Marxismo, hipocritamente encoberto com a mascara de Comunismo, e Comunismo libertario.
Com origem em dissidencias e personalismos, e numa contenda de principios filosofico-sociais, fundou-se em Portugal um partido politico denominado : Partido Comunista.
Este Partido, cujas bases assentam nas teorias marxistas e que tende á conquista do poder politico-estatal, entravando por esta forma a marcha da Revolução que aspira á conquista da integra emancipação humana e á supressão de todo o principio de autoridade, alberga no seu seio individuos de caracter duvidoso, cujo proceder tem dado ensejo a merecer a mais completa repulsa de todo o trabalhador consciente.
Sabemos que nessa facção politica existem individuos cuja intenção é boa. Contudo, reconhecemos que estão mal colocados, pois se encontram fora do seu campo de acção.
Sucede isto, pelo facto desce partido se acobertar sob a bandeira do comunismo, atraindo por esta fórma bastantes camaradas incautos, que julgam vêr nele uma força revolucionaria, suficiente a preparar a Revolução num curto espaça de tempo.
Porem a força das circunstancias e a propria ideologia do Partido teem evidenciado a incapacidade deste em fazer algo de concreto pela emancipação do proletariado, tendo começado já as divergencias e as desilusões.
A provar esta nossa asserção está o facto do nosso desditoso camarada Manuel Maria, filiado nesse partido, que reconhecendo o campo falso em que estava colocado teve a consciencia de regressar ao campo sindicalista revolucionario, o que ocasionou o seu assassinato infame por um bando de facinoras que, ainda não satisfeitos com isto, não tendo saciado a sua sede de sangue, teem ameaçado de morte camaradas nossos por terem tido e lealdade de verberar o seu procedimento.
Outros ha, que querendo seguir o exemplo de Manuel Maria, o não teem feito, talvez pelo receio de serem victimas do sectarismo dessas criaturas, cujo procedimento ignobil se assemelha aos « fascistas » italianos, pois o seu fito não é outro senão o desmantelamento da organização operaria.
Poder-nos-hão objectar que o Partido Comunista não pode ser responsavel pela obra criminosa e demasiadamente cobarde que uma reduzida meia duzia de malucos impunemente vem realisando.
Mentira ! respondemos nós, que pela causa revolucionaria proletariana temos sacrificado o nosso bem estar, a nossa saude e a propria Liberdade por tempos infinitos.
O Partido Comunista não repudiando até hoje o assassinato do nosso inolvidavel camarada, provou insofismavelmente a sua abjecta cumplicidade num crime tam hediondo. Os miseraveis acobertam-se sob a sua bandeira, e o Partido Comunista não ousa escorraçar das suas fileiras essa malta miseravel, sem nobresa nem ideal, ralé desprezivel, incapaz dum gesto que dignifique, mas disposta a praticar as mais degradantes baixesas humanas.
Em face do que acabamos de narrar, é num indignado assomo de revolta que nós sindicalistas revolucionarios presos por delicto social, de dentro desta masmorra nos dirigimos a vós, para ponderardes bem na obra de vil traição que estes individuos estão executando e definirdes qual a sua situação perante a massa trabalhadora consciente.
Por nossa parte, desde já constatando a maneira deslial e indigna como teem procedido, publicamente declaramos ter tomado as seguintes deliberações :
Tomar na devida consideração aqueles que fazendo parte desse Partido, já estivessem presos á data do atentado a Manuel Maria ;
recusar a nossa camaradagem e solidariedade a quaisquer individuos que continuem fazendo parte dessa organização ;
repudiar todo o auxilio moral e material que nos queiram prestar os mesmos individuos, visto eles serem nossos inimigos e o seu obulo vir manchado com o sangue dum camarada que baqueou victima da paixão cega dos neo-comunistas convertidos em “fascistas” ;
afirmar a nossa inabalavel crença no Ideal anarquista, reconhecendo o Sindicalismo revolucionario como unico meio de luta para a sua efectivação.Abaixo os traidores !
Abaixo os « fascistas » portugueses !
Viva o Comunismo libertario ICadeia do Limoeiro, 1 de Novembro de 1922.
Os sindicalistas revolucionarios presos por delito social,
Manuel Vieira — João Nunes — Antonio Joaquim Pato — Joaquim Pita — Avelino de Castro — Jaime de Campos — Raul dos Santos — Sebastião Vieira— Antonio Manuel Vinhais — Joaquim Fernandes Talhadas — Artur Gonçalves — Antonio Soares Branco — José Agostinho das Neves — José Lopes — José Gordinho — Joaquim Mendes — Manuel de Castro Simões — Urbano Alves — Alvaro Damas — Manuel João — Carlos Correia — Antonio Torres — Manuel Ramos — Henrique Rolim Ramos — Manuel Viegas Carrascala — Antonio José d’Almeida — Quirino Fernandes José Nunes dos Santos — José d’Almeida Figueiredo — Sebastião da Costa Brito — Fernando Pedro Candido — Bernardino Sebastião Paiva — Salvador de Matos Filipe — Antonio Chagas — Pedro de Matos Filipe — Bernardo Costa — Candido Rodrigues Mendes — Bernardo Montes — José Bernardino dos Santos — Antonio Louçã — Francisco Luiz — Dionildo Novais — Francisco Costa — Francisco de Oliveira — Albano Costa — José Vicente — José Rodrigues Pereira — Joaquim Pedro — Estevão Azenha — José Maria da Silva — José Rodrigues
[…]a Ass. dos Comp. Tipograficos
sources :- cotes :